segunda-feira, 24 de junho de 2019

Trevas

Sigo por entre as brumas com o coração a latejar, olho em redor e só consigo ver as brumas a rodear-me! Não sei onde estou nem o que faço aqui, mas sei que não posso parar, tenho de seguir em frente!
Ao de longe vejo uma silhueta, é a minha hipótese a minha esperança! Respiro fundo e corro numa perseguição atrás daquele ser, a medida que me aproximo dele as Trevas vão dissipando e quase consigo ver a luz a sair de mim! Estou perto, tão perto que quase consigo sentir o seu calor, estico o braço para lhe tocar e ele para! Paro também a olhar para aquela figura que faz o meu sangue ferver e as Trevas dissipar em-se.
A figura começa a rir, a rir de mim e nesse momento sou engolida pela sombras que me rodeiam extinguindo a minha luz.

domingo, 8 de abril de 2018

Viajei e agora estou livre

Viajei só para te ver. Para ver-te abraçado a outra nesse abraço que devia ser só meu, viajei para ver-te beijar outros lábios que não eram os meus e viajei só para ver esse brilho só meu que os teus olhos possuem dirigido a outra mulher.
Meti-me num avião onde o medo daquele objecto metálico voador me faz tremer e enfrentei tempestades para chegar ao lugar que era só nosso e encontrar o meu lugar ocupado por outra mulher qualquer.
E tu? Tu que nem coragem tens de me olhar olhar nos olhos, que nem uma palavra conseguiste dirigir-me, baixas a cabeça e evitas estar na minha presença! Diz-me do que receias?
Receias encarar as minhas esmeraldas e ver nelas a marca de todos os nossos momentos juntos? Ou temes enfrentar os meus lábios onde palavras de amor foram proferidas e tu simplesmente as ignoras-te?
Viajei só para te ver, mas regressei com a alma mais livre e o coração mais puro, porque nesta jornada percebi que tu não passas de um covarde e eu? Eu sou mais forte que tu!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Sorriso eterno

Por entre a multidão atarefada e com a câmara em foco, encontro-te naquela calçada a sorrir para mim.
O momento é congelado no tempo com o simples premir de um botão e a mensagem de puro amor não pode ser apagada agora. Baixo a câmara para poder admirar o teu sorriso gravada para a eternidade e o simples toque tos teus lados na minha nuca fazer-me fechar os olhos e abraçar-me a ti.
Um simples reencontro de dois corações apaixonados, onde as pessoas seguem os seus caminhos sem se aperceberem que estão na presença de puro amor, onde nada é exigido mas tudo é exigido.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Simples amor

Numa segunda feira gelada mas com uma luz terna, abandono o meu atual livro de leitura e aperto o curto robe que cobre o meu delicado corpo.
A temperatura acolhedora da sala e a fumegante chávena de chá nas minhas mãos impedem a sensação de qualquer frio e eu posso ficar assim de frente para o exterior vendo uma calçada branca onde frágeis cristais de neve insistem em cair.
Apoio o meu corpo contra a ombreira da janela e deixo-me ficar fitando aquele acontecimento natural que me transporta para lugares mágicos.
Um corpo quente posiciona-se atrás do meu e uns braços fortes rodeiam a minha cintura. Nem preciso de olhar para saber quem é, pois aquele perfume, aquele calor só pertencem a uma pessoa.
Fecho os olhos e encosto a cabeça no seu peito e um beijo leve e caloroso é depositado no cimo da minha cabeça, um singelo sorriso forma-se nos meus lábios.
Aqui neste momento, sem nenhuma palavra ter sido proferida mas com todo o amor e carinho a rodear-me, eu percebo o quanto podemos ser felizes com simples momentos do nosso dia a dia.

domingo, 17 de setembro de 2017

Mendigar? Só para viajar

Perco a esperança a cada passo teu, a chama da atração começa a perder combustão e eu parto.
Parto para outro lugar bem longe onde as hipóteses de nos cruzarmos ao virar da esquina são escassas. Comigo guardo momentos trancados num baú e levanto a cabeça para viver novos sonhos, ver novos horizontes e descobrir novos amores.
Perco—me pela calçada molhada com o foco na minha felicidade e deixo que a distância apague qualquer marca que me tenhas deixado!
Sou muito simples na verdade, pois de nada serve complicar o que é simples. Sou aquela que dá quando recebe, sou aquela que acredita até provarem o contrário, sou aquela que sofre em silêncio e que ama com o coração!
Podes dizer que estavas perdido, confuso, que tens saudades, que amas que isso não altera nada! Sabes, eu não corro atrás de quem não quer, muito menos mendigo por atenção de quem não a quer dar. Não tenho tempo a perder com essas coisas, pois preciso dele para viajar e apaixonar—me por novos amores.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Dá—me a mão e vem

Vem... Dá—me a mão e fecha os olhos, agora deixa que eu te guie.
Podes vir, vem sem medo, como se não houvesse mais para aonde ires.
Podes fazer as malas e tirar o primeiro bilhete de avião, mas não tragas muita bagagem! Melhor não tragas bagagem nenhuma e vem, podes até vir de carro ou a pé, mas vem.
Assim que chegares abraça—me e absorve o meu perfume pois quando te perderes é a ele que tens que seguir por isso cada ser de ti tem que reconhecer o perfume.
Pega na minha mão e decora—a, a forma como se encaixa na tua, a sua textura, o seu tamanho...pois quando os teus olhos não poderem ver será a minha mão que te irá guiar para a luz novamente!
Estás cansado? Apoia—te em mim e não te esqueças da forma como os nossos corpos encaixam—se, pois se nesta jornada fracassares é no meu corpo que encontrarás o suporte.
Olha bem para mim, para os meus olhos, bem fundo do meu ser, consegues ver? Consegues ver a luz da minha alma? Está é  mais importante de tudo, pois será ela que te guiará para casa!
Decoras—te tudo? Não te esqueças de nenhum pormenor! Então dá—me a mão, vamos para Paris ou até Berlin, vamos à Noruega ou até à Bruxelas, vamos mergulhar em Maiorca ou subir os Alpes! Vamos dar a volta ao mundo e ficar em casa!
Não te prometo que a jornada seja fácil, mas enquanto estiveres do meu lado estarei aqui para te apoiar. Por isso diz—me! Tens coragem para me dares a mão e vires comigo?

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Vamos fazer travessuras?

Oiço as doze baladas de um relógio distante, perdidas no silêncio da noite, olho em redor e estou sozinha nesta estreita rua.
Um calafrio percorre o meu corpo e a minha alma grita por liberdade e como por magia umas simples gotas transformam—se numa intensa chuva. Com a música suave nos meus ouvidos começo a dançar no meio da chuva sem me preocupar com o facto de ser vista por alguém, porque hoje apetece—me quebrar as regras, apetece—me ser ainda mais feliz e viver aventuras e há tantas, mas tantas possibilidades para isso!
A minha mente começa a divagar com as possibilidades e eu pergunto—te se tens coragem de acompanhar a minha loucura, se tens coragem de acompanhar a minha liberdade.
Por isso diz—me, vamos dançar à chuva no meio da calçada?
Vamos transformarmo—nos em croquetes na praia e rebolar pelas dunas até ao mar?
Vamos escalar uma montanha só para bebermos uma cerveja diante daquela paisagem absoluta?
Vamos por a mochila as costas e caminhar sem destino dormindo numa tenda?
Hum...Dormir! Vamos provocar—nos até o desejo não poder ser contido?
Vamos deixar o carro quieto e foder em cima do capô debaixo da gélida chuva? Misturando assim o gelo e o fogo?
Numa noite fria e chuvosa como esta, diz—me, tens coragem de pensar no que poderíamos estar a fazer?
Larga tudo e apresenta—te a mim como meu eterno amante isto se tiveres um pingo de coragem e se colocares a timidez de lado, por isso responde—me!
Vamos fazer travessas?